segunda-feira, 27 de abril de 2015

Morador de Rua

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Hey galeraa
Reta final de parte teórica, preparativos pra parte prática, correria pra levantamento de recursos pra viajem ao Marrocos; está tudo tão intenso que parece que não vou poder viver nada novo em Deus. Até que surgiu o ultimo prático de fim de semana que aconteceu na cracolândia, em São Paulo.
Alguns obreiros da base foram pra um projeto pioneiro de imersão no ambiente dos moradores de rua, e eu e mais alguns alunos tivemos a oportunidade de participar.
Fomos junto com todos os alunos da Eted até São Paulo, mas nos separamos.
A cracolândia é um lugar muito mais feio do que a gente vê na mídia, e muito mais amigável também. É impossível ver aquelas pessoas que ali vivem sem um olhar de compaixão.
São pessoas que tem suas vidas, mas são abandonadas pelo governo, pelas sociedade, e até pela Igreja, salvo algumas exceções.

Mas como eu estava envolvido em outro projeto, fui perambular pelas ruas de São Paulo, na condição de morador de rua.
É estranho. Eu estava andando apenas com uma cópia do meu RG no bolso e com as roupas mais sujas e rasgadas que eu podia ter. Nem preciso dizer que mesmo sem ter tomado banho no dia anterior, eu não estava nem perto de parecer um morador de rua.
Nos encontramos com os obreiros que já estavam nas ruas desde o dia anterior (sexta-feira) e fomos viver como moradores de rua. Isso incluía pedir comida e dinheiro para as pessoas.
Logo de cara ganhei dois “Não”, e se você não estiver realmente focado pra comer algo, desanima na certa.
Parei na terceira lanchonete, pedi um salgado e finalmente fui atendido. Foi um sentimento de felicidade e cuidado de Deus muito intensos, através da vida de um homem que eu nem sei se é um cristão ou não, mas certamente foi usado pelo Senhor. E pela primeira vez senti o que pessoas nessas condições sentem.
Andamos por muitas partes do centro de São Paulo, desde as parte mais pobres e andar no meio da “família” das ruas, até partes mais abastadas onde éramos medidos e rejeitados por quase todos.
Fomos até uma igreja onde iríamos participar de um projeto que trabalha com prostitutas.
Estávamos ali pra ajudar e foi uma noite ótima onde vimos o agir do Pai de uma forma singular.
O Ton, um amigo que ia dormir nas ruas comigo, acabou doando seu casaco pra um morador de rua, mesmo sabendo que ia passar frio a noite, e em menos de uma hora Deus providenciou outro casacos. Ficamos muito gratos por isso.

Andar nas ruas à noite sem saber o que vai ser do fim do seu dia é uma mistura de sentimentos. Se eu estivesse sozinho seria muito mais difícil. Mas ainda assim é lindo se sentri cuidado pelo Pai. Alguém tinha acabado de comentar “como seria bom tomar uma sopinha nesse frio”, viramos a esquina e estava lá um casal cristão servindo uma sopa deliciosa.
Se por acaso você faz esse tipo de trabalho e está pensando em desistir, NÃO DESISTA! Eu sei o quanto é bom e faz toda diferença no dia.

Fomos atrás de papelão pra dormir e aproveitamos que as lanchonetes estavam fechando pra pedir alguns salgados que sobraram do dia; ganhamos muita coisa, mas fomos muito rejeitados também. E mais uma vez sentimos que tantas vezes fazemos isso, e essa atitude precisa mudar. Um morador de rua é gente como a gente, sente fome e tem sentimentos.
Achei uma garrafa pet que usei de travesseiro, e tínhamos papelão suficiente pra dormir “confortavelmente”, agora precisávamos achar um lugar bom e seguro da chuva pra descansar. Parecia uma peregrinação. Como somos inexperientes não sabíamos os lugares mais seguros pra dormir e nem os caminhos mais curtos.
Encontramos uma ponte e nos instalamos ali embaixo. Ventava muito e nosso cobertores (sacos de lixo) não davam conta de nos esquentar. Ganhamos marmitas de madrugada, e eu fiz questão de comer pois não sabia quando ia me alimentar novamente. Tomamos enquadro da polícia que ficou sem entender nada! Como alguém vai pra rua por opção própria apenas pra conhecer a realidade das ruas? Deu pra ver que o sargento não entendeu, mas como as informações que demos não se contradizia, fomos liberados.
O André não estava satisfeito com o lugar onde dormimos e foi procurar um lugar melhor pra descansar. Mais uma vez contamos com a solidariedade das pessoas, pois o segurança do local queria nos mandar embora, mas se compadeceu de nós depois de prometermos não sujar o local, não usar drogas e sair antes das seis horas da manhã.
Na manhã seguinte fomos à missa, pedimos nosso café da manhã, e terminamos o projeto ceando e compartilhando o sentimento e o aprendizado que tivemos no fim de semana.


Essa experiência certamente marcou minha vida, pois aprendia a ver as pessoas com outros olhos, e ser muito, mas muito grato com tudo que tenho, mesmo que seja um travesseiro que mais parece uma garrafa pet.


Pedidos de oração

- O prático está aí, preciso de Graça e cuidado do Senhor.
- Falando ainda de prático, me falta uma boa parte do dinheiro pra realizar ele, então ore por provisão financeira.
- Estamos indo divulgar o prático do Marrocos nas Igrejas locais, que o Senhor abra portas e as pessoas se conscientizem da necessidade de missões.

Se quiser receber os próximos informativos direto na sua caixa de e-mails, me mande uma mensagem inbox, comenta ou me manda um whats com seu endereço de e-mail.

Caso queira contribuir financeiramente para esses projetos, a conta para depósito é:
Caixa Econômica
Conta Poupança: 00006794-3
Agência: 1565
Operação: 013

+55 41 9693 5182


João 3: 8
“O vento sopra onde quer, e vocês ouvem o som, mas não sabem de onde vem nem aonde vai. Assim é com quem nasceu do espírito.”

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